Assim como os cuidados preventivos têm grande importância para se evitar o câncer, o diagnóstico precoce traz muito mais chances de recuperação e de expectativa de vida. Para tanto, a realização frequente de exames é fundamental. Quando o caso envolve o aparelho digestivo, o exame de endoscopia digestiva é o procedimento mais adequado para rastreamento e diagnóstico das lesões pré-malígnas e tumores do tubo digestivo. Já está comprovado que o rastreamento de lesões pré-malignas ou de tumores intramucosos (em fase inicial) por métodos endoscópicos pode reduzir o risco de câncer em pacientes sob maior risco.
Os principais tumores do aparelho digestivo são as neoplasias de esôfago, estômago e intestino grosso (cólon). Cada um destes tumores apresenta fatores de risco específicos que podem aumentar sua incidência, incluindo dieta, hábitos de vida, infecções e hereditariedade. “De modo geral o tabagismo, o consumo abusivo de álcool e uma dieta rica em gorduras e pobre em legumes, frutas e fibras são fatores de risco comuns a todos os tipos de tumores do aparelho digestivo. Ter uma orientação em relação a adoção de dieta e hábitos de vida saudáveis é primordial para redução do risco de câncer do aparelho digestivo”, afirma o coordenador da Unidade de Gastro-Hepatologia (UGH) do Hospital Português, Dr. Paulo Lisboa Bittencourt. Contando com equipamentos de ponta e equipe diferenciada, a Instituição oferece os Serviços de Endoscopia Digestiva e Colonoscopia.
Existem vários métodos de rastreamento, incluindo pesquisa anual de sangue oculto nas fezes; pesquisa anual de sangue oculto nas fezes associada a retossigmoidoscopia flexível a cada 5 anos e colonoscopia a cada 10 anos. Segundo Dr. Paulo Lisboa, a colonoscopia é o método de escolha pela sua maior acurácia na detecção de pólipos, possibilitando também sua retirada no mesmo exame. Como se trata de procedimento invasivo, deve-se levar em consideração para sua indicação idade, presença de co-morbidade e a preferência do indivíduo.
O rastreamento universal de pólipos adenomatosos do intestino grosso é recomendado para todo indivíduo com idade acima de 50 anos, sem história familiar de câncer de cólon. Esses pólipos são lesões pré-malignas do intestino grosso que podem estar presentes em cerca de 20% a 30% dos casos e sua retirada endoscópica (polipectomia) reduz a frequência e a mortalidade do câncer colorretal.
Pacientes sob maior risco (com história familiar de pólipo adenomatoso ou de câncer colorretal ou portadores de doenças inflamatórias dos cólons) devem iniciar este rastreamento mais precocemente, sendo recomendado repetição do exame com intervalos menores.
“É importante salientar que estas recomendações são genéricas e não contemplam todas as situações encontradas na prática clínica, devendo ser ajustadas em cada paciente pelo seu médico, de acordo com sua história e antecedentes clínicos. Os intervalos na realização destes exames variam a depender dos achados obtidos na endoscopia digestiva e no exame anátomo-patológico dos pólipos ou fragmentos de biópsias, tais como presença e número de pólipos e presença de focos de displasia, que é uma lesão histopatológica associada a maior risco de câncer”, orienta o hepatologista.
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